11.09.18

Adaptabilidade

Adaptabilidade

Estudos mostram que algumas crianças possuem dificuldades em se adaptar com êxito a alterações em sua rotina, mover-se entre tarefas ou ambientes diversos, compartilhar, estar com outros colegas, comportando-se de maneiras que geram incômodos, sendo por vezes rotuladas como tendo “gênio forte”, “desafiador”, entre outros.

Seus comportamentos variam entre dificuldades em estar no grupo, conhecer pessoas, perder em jogos, timidez – alguns agem de maneira agressiva batendo ou “estragando as brincadeiras”. Essas crianças são muitas vezes punidas, “deixadas de lado”, recebendo broncas que nem sempre sabem bem o motivo, pois na maioria das vezes não percebem que seus comportamentos são inadequados, ou simplesmente não sabem como agir de maneira mais adaptada e tranquila.

Os adultos, sejam pais, avós, professores, nem sempre sabem o que fazer em momentos como esses – agir, ignorar, dar umas palmadas, “deixar de castigo”? As opções não são muitas e normalmente o sentimento que esses atos dos pequenos causam nem sempre permitem agirmos com tranquilidade, porém, nesses momentos devemos agir com cautela, firmeza e respeito. Devemos mostrar que sim, percebemos que o seu comportamento não foi adequado e que algo deve ser feito para reparar o erro cometido, seja se desculpando, consertando o brinquedo que quebrou, se oferecendo para cuidar do colega caso o tenha machucado – é importante a criança se sentir responsável pelo ato que cometeu e principalmente receber orientação do adulto de como poderia ter feito de forma diferente, numa construção conjunta, dialogada.

Outra maneira de ajudar essas crianças é buscando se adiantar aos fatores que podem gerar dificuldades e agir de forma preventiva seja por meio de dicas de comportamentos adequados, construção de regras para uma atividade nova e releitura de regras antigas. Certamente, tomando alguns cuidados prévios a relação entre as crianças pode ficar bem mais tranquila e pouco a pouco novos comportamentos mais adequados e adaptados vão sendo incorporados por todo o grupo. Importante lembrar que sempre a criança deve buscar ajuda de um adulto próximo caso presencie ou esteja envolvido em situações que gerem medo, desconforto e intimidação.

Paulo Sergio Estevam Ferreira

Psicólogo – CRP: 06/93350