19.03.20

Coronavírus e nossas crianças

Coronavírus e nossas crianças

Diante de tantas informações, reais ou não, acabamos ficando reféns de um sentimento, uma emoção, que a depender do modo como nos deixamos influenciar pode ser muito ruim – o medo. Em certa medida o medo nos protege, nos impele a lutar ou fugir diante de uma situação. Esse sentimento, essa emoção por assim dizer, pode e deve ser controlado. O momento atual nos pede cautela, uma certa dose de racionalização, pensamentos e ações objetivas e assertivas diante de algo que não “podemos ver ou tocar”.

Precisamos, nesse momento, de muita conscientização, de direcionar nosso olhar ao outro, ao coletivo. Sozinhos podemos muito pouco. Em meio a esse turbilhão de notícias, mudanças de hábitos, suspensão de atividades cotidianas, uso de máscaras, distanciamento, isolamento, para mencionar alguns pontos, devemos pensar em nossas crianças e no quanto elas podem ser emocionalmente afetadas – ou não! O momento não é de férias, não é de passeios a shopping centers, museus, cinemas e parques, mas de pouco contato e interação com outras pessoas.

Como agir, então, diante desse cenário, que até pouco tempo atrás estava tão distante de todos nós? As crianças precisam, antes de qualquer outra coisa, perceber que os adultos estão no controle, que sabem o que estão fazendo, e que toda e qualquer atitude é pensada para proteger os que amam e lhes são queridos. Não existe necessidade de gerar um pânico nos pequenos, mas criar “um filtro” das informações que são necessárias para que eles saibam se proteger e conviver com os demais durante esse período. Devemos pensar no que é relevante informar, e o fazer de maneira didática, numa linguagem firme, segura, de acordo com a faixa etária, esclarecendo dúvidas e transmitindo confiança no futuro.

Com muitos pais trabalhando home office, suspensão de aulas, um novo ajuste na rotina de casa precisará ser feito, com atividades, brincadeiras, diversão e sim – momentos de estudo e aprendizado. É muito importante estabelecer uma rotina com as crianças – horários devem ser cumpridos, horas de sono, banho e alimentação, estudos, na medida do possível, devem continuar dentro do que já era feito, afinal, como já dito anteriormente, as crianças não estão em férias! Nos momentos de estudos podemos pensar em um aprofundamento em questões que estavam sendo vistas, revisão de alguns conteúdos, leituras em conjunto, construção de estórias, rodas de conversa, atividades manuais. Esse pode ser um período no qual o vínculo entre pais e filhos seja reforçado por meio de brincadeiras criativas, que possam estimular tanto as questões motoras quanto cognitivas – exercitar-se é fundamental, evita o tédio e o tempo diante de vídeo games e telas de laptops.

Mesmo diante de tantas mudanças, inseguranças para nós adultos, é fundamental que dediquemos um tempo especial para nossas crianças, visando seu bem-estar, alívio de ansiedade, informação real e adequada.

Finalizando, existem sites como o da OMS (Organização Mundial da Saúde), com páginas exclusivas sobre o momento que estamos vivendo, e que são fontes altamente confiáveis. Informação de qualidade e atitudes positivas podem ser nossos grandes aliados.

Pense nisso!

Paulo Sergio Estevam Ferreira

Psicólogo e Psicopedagogo.

CRP: 06/93350