O bullying nosso de cada dia
“Aprenda a gostar, mas gostar mesmo, das coisas que deve fazer e das pessoas que o cercam. Em pouco tempo descobrirá que a vida é muito boa e que você é uma pessoa querida por todos.”
Rubem Alves
Todos os dias em todos os lugares presenciamos – vendo, lendo, ouvindo – pequenas agressões verbais ou até físicas e pouco nos indignamos. Por vezes até pensamos que não passa de uma brincadeira entre iguais – aí é que está a diferença! Nem sempre estamos entre iguais, e nunca é uma brincadeira – especialmente para a vítima que sofre, muitas vezes, calada. Não podemos falar em projetos de vida, empatia, habilidades socioemocionais, por exemplo, onde haja sofrimento emocional, onde não tenha espaço para condições justas, relações verdadeiras e honestas, pautadas pelo respeito mútuo e solidariedade. Quando falamos em projetos, estamos nos referindo a metas, propósitos e sentido de vida.
Parece contraditório buscarmos alcançar sonhos profissionais, carreiras de sucesso e uma vida futura tranquila quando ainda temos tantos preconceitos, intolerância, falta de aceitação do outro e das diversidades e complexidades do humano no universo.
Cada um de nós tem sua parcela de responsabilidade no sentido da formação e manutenção de ambientes mais harmoniosos, acolhedores e menos competitivos e agressivos. Essa visão de mundo e de comportamento começa em casa, na família, local onde valores são construídos e enraizados. Aprendemos muito por meio de imitação, de modelos que nos são apresentados, e nem sequer questionamos se são certos ou errados – muitas vezes apenas os reproduzimos. Quando temos bons modelos, diálogo, assertividade, encorajamento, respeito por nossas opiniões, seguimos mais confiantes de que somos amados e podemos também amar ao próximo – afinal cada vida conta muito, e nossa responsabilidade como adultos, sejamos pais, professores ou responsáveis, é gigantesca!
Devemos agir com firmeza e gentileza ao mesmo tempo em diversas situações de nossas vidas – firmeza para com as situações que assim exigirem, com atuação direta, objetiva, pontuada, e gentileza para com as pessoas envolvidas. Sem gentileza não conseguimos nos colocar do outro, olhar para o que de fato ocorre e assim buscarmos soluções respeitosas. São pequenos gestos e olhares que podem fazer toda diferença em momentos de conflitos, disputas, revanche.
Dessa maneira, poderemos realmente enxergar o outro como ele é, com todas suas características físicas, psíquica, estilo de vida e crenças, dando lugar ao aconchego da amizade, o afeto do ombro amigo, e a garantia de sabermos que quando precisarmos haverá alguém ali para nos estender as mãos.
Este artigo foi produzido por Paulo Sergio Estevam Ferreira, Psicólogo Educacional do SANFRA – CRP: 06/93350.
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