15.05.18

Transtorno desafiador opositivo

Transtorno desafiador opositivo

Pensando um pouco mais sobre comportamento, hoje conversaremos brevemente sobre o transtorno desafiador opositivo, que costuma por vezes ser “confundido” com o que se chama de “temperamento forte”, “gênio difícil”, tão usado no passado e até nos dias atuais, numa tentativa de explicar porque algumas crianças possuem tamanha facilidade em desafiar, não cumprir regras, discutir com adultos entre outras coisas.  São crianças que apresentam problemas na sua relação com os pais, com figuras de autoridade, professores, e até mesmo com os pares na escola. Em alguns casos, existem comorbidades como ansiedade e transtornos de aprendizagem, prejudicando não somente a socialização como também o progresso acadêmico da criança.  As causas podem ser encontradas tanto em fatores genéticos como no ambiente em que a criança vive – a literatura mostra que a prevalência maior é na junção dos dois fatores, mostrando novamente a importância das relações familiares no crescimento e desenvolvimento da criança. Por vezes nota-se que os pais, professores acabam por aceitar comportamentos de birra, de exigências, de não aceitação de regras como algo que vai “passar” e que não vale a pena impor limites naquele momento – grande engano. Essas crianças precisam de atenção, limites e tratamento adequado para que possam aprender a tolerar frustrações, ouvir os adultos e seguir as regras que são impostas sem ataques de fúria, minimizando seu sofrimento, ajustando padrões de comportamentos sociais e de convivência em grupo. Nos casos onde o transtorno é confirmado aconselha-se buscar ajuda multiprofissional, técnicas cognitivo-comportamentais, treino em habilidades sociais, entre outras coisas. Cabe ressaltar também que a orientação de pais (psicoeducação) é muito importante nesses casos. Como sempre pontuamos, é necessário que observemos nossas crianças, seja em casa, na escola, no lazer, para que esses comportamentos sejam notados e tratados, trazendo alívio para as crianças, familiares e colegas. A escola é, nesse sentido, um grande aliado dos pais, pois é lá que a criança passa a maior parte de seu tempo, sendo assim, a parceria entre ela e a família é inegavelmente a única saída.

Autor: Paulo Sergio Estevam Ferreira (Psicólogo – CRP:06/93350)