09.09.25

Como brincar prepara o corpo, a mente e até a escrita?

Como brincar prepara o corpo, a mente e até a escrita?

Brincar ajuda a desenvolver o corpo, a mente e até a escrita. No SANFRA, isso continua valendo mesmo depois da Educação Infantil.

É comum pensarmos que o brincar pertence apenas aos primeiros anos da infância. Mas, na prática escolar, vemos o quanto essa atividade continua essencial nas séries mais avançadas, inclusive como base para o desenvolvimento da escrita, da concentração e do bem-estar emocional.

No SANFRA, acompanhamos de perto esse impacto. Estudantes que vivenciaram menos momentos de brincar na Educação Infantil, por exemplo, seja por rotinas aceleradas, mudanças de contexto ou até pela pandemia, costumam apresentar mais dificuldades em tarefas que exigem coordenação, foco e organização do pensamento, como a escrita.

E isso não acontece por acaso: é no brincar que o corpo ganha resistência, os movimentos se refinam e a atenção se expande. Quando a criança sobe, corre, constrói, inventa regras e lida com frustrações nas brincadeiras, ela também se prepara para o que virá depois: ler, escrever, argumentar, criar.

Mas o que o corpo aprende antes da escrita?

O brincar é o primeiro laboratório da infância. É nele que a criança exercita a coordenação motora grossa e fina, a escuta, o planejamento e a persistência, tudo o que será exigido, mais tarde, na vida acadêmica.

Segundo a coordenadora pedagógica Raquel Crippa Sant Anna Bohnstedt, do 3º ao 6º ano do Ensino Fundamental, o brincar na Educação Infantil faz parte de uma construção de uma ponte robusta para o sucesso no Ensino Fundamental.

Ela explica que crianças que brincaram plenamente chegam ao Fundamental com uma bagagem valiosa de habilidades motoras, cognitivas e socioemocionais, que as capacitam a navegar pelos desafios acadêmicos com maior resiliência, criatividade e autonomia.

“O brincar é, em sua essência, a preparação mais completa para a vida, inclusive para a escrita e o pensamento crítico.”

Raquel também compartilha exemplos concretos observados em sala:

  • No desenvolvimento motor e cognitivo: Saltar, correr, manusear objetos pequenos, desenhar livremente — todas essas ações fortalecem a musculatura e a conexão entre cérebro e corpo. No Fundamental, isso se traduz em mais fluidez na escrita, mais facilidade no recorte, melhor organização espacial e uso adequado de materiais escolares.
  • Na resistência física e cognitiva: Brincadeiras ativas e jogos com regras ajudam a criança a manter o foco e a energia por períodos mais longos, o que é essencial em aulas mais extensas, leituras maiores e momentos que exigem concentração.
  • Na autorregulação: Brincando, a criança aprende a lidar com frustrações, a esperar sua vez e a seguir regras — o que reflete diretamente na capacidade de manter a atenção, organizar ideias e conviver melhor em grupo.
  • E no preparo para leitura e escrita: O brincar simbólico, por exemplo, é o ponta pé inicial do pensamento abstrato, necessário para compreender que letras representam sons. Já a coordenação motora fina é construída ao brincar com peças pequenas, desenhar ou modelar.

Como o brincar se transforma no ensino fundamental?

No SANFRA, entendemos que o brincar não termina na Educação Infantil. Ele se transforma.

De acordo com Raquel, no 3º, 4º, 5º e 6º anos, por exemplo, o brincar aparece em jogos de estratégia, experiências sensoriais, dramatizações e atividades que estimulam a escuta, a empatia, o raciocínio e a criatividade.

E se você chegou até aqui se perguntando: por que tudo isso importa? A resposta é simples: porque antes de escrever bem, é preciso ter coordenação. Antes de resolver um problema, é preciso exercitar a imaginação. E antes de aprender com os livros, é preciso aprender com o corpo.

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