Matemática: por que é considerada difícil?
Por Amanda Rodrigues Oliveira e Valdeci Carneiro Junior
Boa parte dos estudantes, de qualquer faixa etária, apresentam dificuldades na disciplina de matemática, ou dizem não gostar dela. A resistência quanto à aprendizagem da matéria começa nos anos iniciais (ensino básico) e, por vezes, se perpetua nas próximas etapas escolares.
O estudante já entra na sala de aula escutando como é complicado aprender matemática, ou que todas as fórmulas e demonstrações não serão necessárias e utilizadas, a não ser que você escolha uma carreira dentro da área de exatas.
Por várias vezes, nos deparamos com reclamações de alunos sobre a dificuldade em aprender matérias da área de exatas em geral, e isso se deve a vários fatores, um deles é a ausência de uma boa base de conhecimento matemático. Um dos principais elementos que tornam a matemática um “bicho de sete cabeças” é sua principal característica: ser uma matéria acumulativa, ou seja, se você não aprendeu nada da matéria neste ano, provavelmente, você terá dificuldades em aprender o que será ensinado no próximo período letivo. Por isso, a matemática exige esforço e dedicação, acompanhados de rotina de estudos, como qualquer outra disciplina.
Como a disciplina pode se tornar interessante
Para reverter a situação de “resistência quanto ao aprendizado da matemática”, os alunos devem perceber que a principal razão para estudar essa matéria é a habilidade que a disciplina tem em desenvolver o raciocínio lógico. Algumas pessoas admiram a matemática pelo fato de ser desafiadora, clara e objetiva.
Afinal de contas, se a matemática pode ser usada de maneira intuitiva e informal, por que devemos estudá-la? Para essa pergunta, existem diversas respostas. Uma delas é quando organizamos os nossos conhecimentos matemáticos, nós podemos utilizá-los com mais eficiência e aplicá-los em situações inovadoras. Não devemos nos limitar a repetir procedimentos que guardamos na memória sempre nas mesmas situações. Podemos enfrentar problemas, imprevistos e desafios que exijam novos métodos de solução que até então não conhecíamos.
Sabendo os métodos e a linguagem da matemática, nós não teremos problemas para ler livros e manuais técnicos úteis para crescermos na nossa profissão. Isso se torna essencial porque todas as profissões utilizam, cada vez mais, equipamentos aprimorados cujo funcionamento depende da matemática.
Não podemos pensar que a matemática é apenas um conjunto de técnicas, de maneiras de resolver equações ou de fórmulas para calcular coisas. Na verdade, o que empodera e traz encanto à matemática são as ideias. É óbvio que, para enriquecer nossas ideias, precisamos conhecer alguns fatos básicos para que a matemática cresça de maneira interessante e prazerosa.
Outro fato que traz mais encanto à matemática é o de podermos enxergar como ela está presente na natureza, na sociedade, na nossa casa, na rua, na cidade, no campo etc. O ser humano precisa contar, calcular, comparar, medir, representar, localizar, interpretar etc., e o faz de maneira informal, à sua maneira.
O uso diário da aritmética (as operações básicas como adição, subtração, multiplicação e divisão) e a apresentação de informações complexas através de gráficos são comuns em nosso cotidiano. Um bom exemplo disso é o cenário atual da pandemia. Nunca foi tão comum ouvirmos as expressões: “achatar a curva” ou “veja no gráfico os números da pandemia”.
Perceba que a matemática é amplamente usada em diversas situações, muitas vezes de maneira invisível e inesperada. Por isso, descubra por qual motivo você não aprendeu um determinado assunto, retome, estude, desafie-se e obtenha embasamento para seguir adiante.
Sobre os autores
Este artigo foi produzido pelos educadores de matemática do SANFRA, Amanda Rodrigues Oliveira e Valdeci Carneiro Junior.