Como lidar com a ansiedade nos estudos?
Por Natália Ferracin
Ao falarmos de emoções desconfortáveis, é necessário termos em mente que o primeiro passo é identificar e nomear as emoções, ou seja, compreendermos aquilo que estamos sentindo. Somente assim, analisando de forma investigativa, que poderemos construir um repertório estratégico para lidar com a emoção que se apresenta no momento.
Com a ansiedade não é diferente. A ansiedade é uma resposta desencadeada pelo medo e pela sensação de perigo, seja concreto, seja imaginário. Ela tem uma função evolutiva para nos proteger e nos avisar de possíveis perigos. Sem ela nós não teríamos chegado aqui enquanto espécie humana.
No entanto, algumas vezes ela pode estar desregulada e tudo acabar se tornando um grande perigo. Uma ótima comparação da ansiedade desregulada seria, por exemplo, a existência de um alarme em casa para detectar a presença de um ladrão, e ele disparar quando passa uma lagartixa. Ou seja, o alarme dispara na mesma intensidade tanto para o ladrão quanto para lagartixa, aciona proteção e assusta. Mas uma lagartixa não é tão assustadora quanto um ladrão dentro da sua casa, não é mesmo? É nesse momento que a ansiedade traz prejuízos.
Dessa forma, a ansiedade pode ser uma grande rival dos estudos e impossibilitar a apreensão do conteúdo estudado, uma vez que a ansiedade pode afetar a memória, a compreensão e o aprendizado. Mas como lidar com ela em um momento da vida extremamente ansiogênico como a época do vestibular?
Confira 5 orientações para lidar com a ansiedade:
1 – Mantenha seu foco no momento presente. A ansiedade nos leva para um lugar inexistente, incontrolável, que é o futuro. As preocupações excessivas nos distraem e tiram nossa perspectiva do aqui e agora. Quanto mais presentes estamos, mais desenvolvemos nossa capacidade de nos observar e entender o que está dentro do nosso controle que são: nossas ações, nossas decisões e nossos esforços.
2 – Para se manter no momento presente e aliviar crises de ansiedade, exercite a respiração diafragmática. É cientificamente comprovado que ela reduz os níveis de estresse e ansiedade, proporciona relaxamento e desenvolve a habilidade de se manter no presente. Como fazer? Inspire o ar por 4 segundos e solte-o devagar por 8 segundos, contando mentalmente. Repita quantas vezes forem necessárias.
3 – Exercício físico constante produz serotonina que regula humor, sono, apetite e é comprovado que auxilia na redução da ansiedade e depressão.
4 – Estabeleça micro passos nos estudos. Se olharmos todo o conteúdo a ser estudado, iremos ficar mais ansiosos por conta da quantidade de matéria, o que é um prato cheio para a desmotivação e procrastinação. Faça um planejamento do que estudar todos os dias, quebrando o conteúdo em mini conteúdos e estudando um tema por dia ao invés de estudar tudo de uma vez. Dessa maneira, será ativado o sistema de recompensa no seu cérebro com mais frequência e a possibilidade de desistência no meio dos estudos é menor.
5 – Escreva em um papel tudo o que está sentindo e o que precisa ser resolvido. Quando materializamos pendências, nosso cérebro libera espaço para oxigenar. A escrita livre pode ser uma ótima aliada no combate à ansiedade.
Lembre-se: constância é a chave! Coloque em prática essas dicas todos os dias, porque da mesma maneira que a ansiedade vai crescendo pouco a pouco e dia a dia na gente, também conseguimos desconstrui-la um pouquinho a cada dia.
Sobre a autora
Este artigo foi produzido por Natália Ferracin, psicóloga educacional do Fundamental (Anos Finais) e Ensino Médio do SANFRA.