Educação: um direito para todos!

“Educação não transforma o mundo. Educação muda as pessoas. Pessoas transformam o mundo.”
-Paulo Freire
Hoje, 28 de abril, comemoramos o Dia Mundial da Educação, instituído há 23 anos pelos líderes de 164 países, incluindo o Brasil, reunidos em Dakar, Senegal para o Fórum Mundial de Educação. A data reafirma o compromisso de desenvolver ações em conjunto para que todas as crianças e jovens, até 2030, tenham acesso à educação.
Portanto, celebrar o Dia Mundial da Educação nos questiona: em que momento desse compromisso adotado nos encontramos? O nosso contexto nos leva a perceber que existem ainda muitas crianças e jovens sem acesso a esse direito, as desigualdades sociais confirmam essa falta. Fenômenos como a globalização, o extremismo político e a migração excluem mais ainda esse determinado grupo da população. Ao mesmo tempo que esses elementos excluem, confirmam a necessidade de uma educação transformadora, que cumpra com a missão de construir futuros pacíficos, justos e sustentáveis.
Em 12 de setembro de 2019, o Papa Francisco lançou o convite para construir o Pacto Educativo Global: “um encontro para reavivar o compromisso em prol e com as gerações jovens, renovando a paixão por uma educação mais aberta e inclusiva, capaz de escuta paciente, diálogo construtivo e mútua compreensão. Nunca, como agora, houve necessidade de unir esforços numa ampla aliança educativa para formar pessoas maduras, capazes de superar fragmentações e contrastes e reconstruir o tecido das relações em ordem a uma humanidade mais fraterna.” [1]
Mas, de que tipo de educação estamos falando? O Papa Francisco no Pacto aponta alguns elementos que caracterizam esse caminho educativo:
- Colocar a pessoa no centro de cada processo educativo, realçar a sua especificidade e a sua capacidade de estar relacionado com os outros, contra a cultura do descartável.
- Ouvir as gerações mais novas, escutar a voz das crianças, dos adolescentes e jovens para juntos construir um futuro de justiça e de paz, uma vida digna para cada pessoa.
- Promover a mulher, favorecendo a participação plena das meninas e das jovens na educação.
- Responsabilizar a família como o primeiro e indispensável sujeito educador.
- Educar e educar-nos à acolhida, abrindo-nos aos mais vulneráveis e marginalizados.
- Renovar e estudar novas formas de compreender a economia, a política, o crescimento e o progresso, ao serviço do homem e de toda a família humana na perspectiva de uma ecologia integral.
- Cuidar e cultivar a casa comum, protegendo os seus recursos, adotando estilos de vida mais sóbrios e visando energias renováveis e respeitosas do meio ambiente. [2]
Não podemos esquecer que, na Educação Inaciana, sempre vamos trabalhar na perspectiva da integralidade. Vamos sempre buscar nosso Magis. E perguntar: E dentro de nossa tradição inaciana, o que estamos fazendo pela educação? “A Educação Jesuíta, como a própria história humana, é uma tradição viva que exige olhos, ouvidos e corações abertos”[3]. Dentro de nossa proposta identificamos como fundamentais 4 elementos que definem a educação integral, entendida como direito e garantia de qualidade, a consciência, a competência, a compaixão e o compromisso, ajudando os estudantes a se transformarem em homens e mulheres para e com os demais.
Falar em educação será um exercício contínuo de reflexão e compromisso para alcançar a educação como um direito para todos, uma educação de qualidade que nos una em torno de esforços, individuais e coletivos, para a construção de um mundo mais justo e solidário.
Que a nossa missão educativa percorra caminhos de diálogo e participação para alcançar o horizonte da educação ao longo da vida, que desde a realidade em que vivemos possamos ser promotores da educação como um direito para todos.
Precisamos acreditar na Educação, e construir a estrada do compromisso e do sonho.
“O que faz andar a estrada? É o sonho. Enquanto a gente sonhar a estrada permanecerá viva. É para isso que servem os caminhos, para nos fazerem parentes do futuro”. Mia Couto
(Fala de Tuahir, em “Terra sonâmbula”, São Paulo: Companhia das Letras, 2007)
Conteúdo escrito por: Ir Jorge de Paula, SJ – Assessor Pedagógico do Colégio São Francisco Xavier – SP
[1] Mensagem do Papa Francisco para o lançamento do Pacto Educativo Global, 2019.
[2] Vademecum– Pacto Educativo Global,2020.
[3] Colégios Jesuítas uma Tradição Viva,2019.
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