Inovação Educacional na Prática
Trilhando juntos um caminho de renovação
Muito provavelmente você já se perguntou “qual futuro quero para os meus filhos?”. E muitos educadores questionam qual será o futuro da sala de aula. Ambas dúvidas visam um mundo melhor o quanto antes. O Horizonte 2020 é um projeto que propõe repensar a educação Jesuítica no mundo, focando sempre na melhoria e desenvolvimento dos colégios, transformando centros de ensino em centros de aprendizagem. O Colégio São Francisco Xavier já se inspira no projeto há três anos, sempre buscando inovações para as práticas educativas e espaços para os Xaverianos.
Savina Allodi, Coordenadora de Inovação Educacional do SanfraA Sala Conceito foi um dos primeiros passos para essas mudanças. Savina Allodi, Coordenadora de Inovação Educacional do Sanfra, comenta que um dos objetivos da nova sala foi a desconstrução da sala de informática: “Essa sala não leva o nome de Sala Conceito à toa. Ela quis trazer novos conceitos, como a desconstrução da ideia de laboratório de informática, mas, principalmente, tirar o foco da tecnologia e trazer o foco para o processo. Uma sala sem frente, com mobiliário que permita diferentes configurações do espaço, dispositivos móveis e conexão sem fio”. Uma das inovações do espaço é a possibilidade de interação entre os próprios Xaverianos, ativando o trabalho colaborativo. Segundo Savina, o Xaveriano é o centro do processo de aprendizagem, o trabalho do professor é mediar, e não centralizar.
A sala disponibiliza diversas formas de ativar a criatividade, com a possibilidade de escrita em armários, paredes, além das lousas. Os Xaverianos têm total autonomia de utilizar a área quando sentirem necessidade ou vontade: é um espaço para todos!
Nas aulas do Ensino Médio e Fundamental, a dinâmica é muito mais interativa. O professor não fica de frente para os Xaverianos, mas no meio deles. Outra forma de quebrar barreiras e repensar a prática educativa, é a através da organização do horário das aulas, oferecendo espaço para trabalhar por projeto. Várias turmas da mesma série, sem a disposição comuns das cadeiras, com mais de um professor, discutindo sobre várias matérias diferentes, mas tudo e todos em um mesmo projeto comum, interdisciplinar. É a desconstrução de que cada matéria deve ser estudada em um horário específico: “Que bom seria se o Xaveriano não percebesse que é aula de história, matemática ou física”, explica Savina sobre a nova forma de aprendizado do Colégio.
Savina ainda nos explica como funcionam algumas atividades e conceitos de outras salas do Colégio, como o Lab Kids, que é utilizado pela Educação Infantil: “A Educação Infantil é um segmento que costuma consumir muitos jogos, então a ideia foi brincar e expandir esse conceito. Optou-se pelo tablet, porque é mais intuitivo para essa faixa etária e oferece mais possibilidades de aplicativos educacionais e de criatividade. O objetivo desse espaço foi provocar a reflexão sobre o jogo em 4 aspectos: 1º Xaveriano joga, 2º professor produz o jogo para o Xaveriano (autoria docente), 3º Xaveriano produz o jogo (autoria discente); e 4º trazer a narrativa do jogo para a aula através de propostas gamificadas”.
O Sanfra também traz propostas de Aprendizagem Criativa (no contraturno) – um projeto do MIT (Instituto de Tecnologia de Massachusetts) que defende os “4Ps da aprendizagem criativa”, trabalhar por Projetos (Projects), partindo da Paixão dos Xaverianos (Passion), num trabalho em Pares (Peers) e de forma lúdica (Play). “Você pode utilizar e componentes eletrônicos para a automação, mas você vai trabalhar também, além da autonomia e da colaboração, a questão da criatividade e do pensar criativo para problemas reais”, comenta Savina.
As inovações e propostas ultrapassaram a Sala Conceito ou o Lab Kids. Os professores do Sanfra abraçaram a ideia e outros setores se espelham na sala para reformular os seus ambientes. Uma mudança prática foi o espaço de coworking, que além de fisicamente fora do padrão de um espaço comum, é um ambiente que pode acolher professores e Xaverianos, trabalhando juntos num mesmo espaço, sem barreiras de ensino e sociais.
Todo o conceito trabalhado no Sanfra pode ser levado para casa. Os pais podem incentivar a criatividade, a autonomia, a criticidade e a colaboração dentro do lar, por exemplo, conheça os hábitos dos seus filhos, ao baixar um jogo, ajude na leitura do mesmo, compreenda seu funcionamento, ou até mesmo crie novos jogos; incentive a descoberta de formas lúdicas para as tarefas confiadas e; para os momentos em que seus filhos não saibam do que brincar, faça do ócio uma oportunidade para novas e criativas brincadeiras.
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Autores: Bruna Ferreira e Bruno Victor, departamento de conteúdo da Agência Minha Paróquia